segunda-feira, 14 de julho de 2014

Ensino Superior - FashonSkribo

De modo a finalizar esta espécie de rubrica, cujos posts anteriores podem ver aquiaqui e aqui, trago-vos hoje o último e quarto posts sobre o Ensino Superior. Como poderão ver, este posts é dedicado às minhas opiniões sobre os alunos e os professores na Universidade, sendo que no fim apresento algumas opiniões sobre cursos – falarei melhor sobre isto mais abaixo. Espero que estes posts tenham sido úteis e que vos ajudem a compreender um pouco melhor sobre o que é estar no Ensino Superior. Se ficou alguma questão por responder peço imensa desculpa. Se assim for avisa-me. Qualquer dúvida ou curiosidade que tenham, e que não tenha sido adressada nestes posts, podem colocar na secção de comentários ou mandar por mail para fashionskribo@gmail.com
Alunos
Apesar das muitas vezes que se falou do Ensino Superior quando ainda andava no Ensino Secundário, os professores nunca falaram no ambiente estudantil. E, por aquilo que eu vivenciava todos os dias com a minha turma, esse ambiente não se apresentava a mim como sendo muito bom. A noção que eu tinha era que as pessoas seriam piores do que aquilo que eram os meus colegas, ou seja, pessoas ainda mais mesquinhas e interesseiras, pessoas daquilo tipo que não olham a meios para atingirem os seus fins, mesmo que tenham de passar por cima de outras pessoas. Basicamente, a minha imagem era muito negativa. Honestamente, e muito felizmente, nada disto se veio a verificar. Apesar de não sermos todos amigos do coração (como se nos conhecemos à vários anos) damo-nos todos bem, não há discussões e as pessoas parecem ser mesmo genuinamente simpáticas. As pessoas até podem não ter revelado os seus verdadeiros “eu”, mas até agora ninguém consegue superar negativamente os meus colegas da minha turma do 10o ao 12o ano. Tirando aqueles momentos na altura das praxes e alguns casos isolados em que os seus membros são na realidade não muito simpáticos, não tenho nada a apontar negativamente de todos os alunos que já conheci durante este primeiro ano.
Pelo menos do meu ponto de vista, na Universidade é importante conhecermos o certo tipo de pessoas, não por ser melhor ou pior influência para nós (como nos é ensinado a diferenciar a partir do Básico), mas sim na perspectiva de termos aquilo que se chama de “contactos”, normalmente alunos dos 2.º e 3.º anos (ou 4.º e 5.º anos) que estejam bem envolvidos no curso. E neste aspecto acho que tive bastante sorte. Penso que acertei mesmo em cheio quando conheci as minhas amigas do primeiro ano, naquela segunda-feira. Não só são óptimas colegas como óptimas amigas. E, além do mais, é graças a elas que temos todas os nossos “contactos”. Não é uma questão de ter-se ou não cunhas, mas sim de se ter conhecimentos sobre o curso e os professores que talvez doutro modo não teríamos. Foi através deles que tivemos conhecimento que existiam trabalhos de voluntariado do nosso curso (falo disso mais à frente) e do sítio para onde vamos “estagiar”. Mais ainda, e algo que eu nunca esperava que pudesse acontecer, eles ajudaram-nos em algumas das nossas cadeiras: emprestaram-nos alguns dos seus apontamentos e testes que fizeram (isto quando os professores foram os mesmos). Realmente pensei que o pessoal fosse mesmo “bitch” (peço desculpa pela expressão) e que não emprestasse nada de nada,  mas foi exactamente o contrário. De qualquer das maneiras, não é demais relembrar que, aquilo que escrevo aqui tem por base as minhas experiências e o modo como vejo as coisas; de certo que existirá alguém que discorda totalmente comigo.
Tal como fiz no post anterior (que podem ver aqui), vou-me referir um pouco, também, ao ambiente nas aulas, falando de outros aspectos. Isto é algo que tenho vindo a dizer ao longo do post: as aulas são bem melhores, em que os professores são bem mais competentes e não temos aqueles tão maravilhosos colegas que disturbam todas as aulas alegremente (espero que sintam a minha ironia nestas palavras). Antes de começar as aulas na Universidade, pensava que as mudanças nos alunos do Secundário para o Superior fossem ser todas na positiva. Se bem que isso é verdade para a maior parte dos casos, pelo que vejo à minha volta, muitos estudantes são ainda mais desleixados do que algumas pessoas que conhecia, que estudavam nas vésperas dos testes. Honestamente, não percebo como, a pagar cerca de 1000€ por ano como propinas, vejo tanta gente despreocupada com o facto de chumbarem ou não a imensas cadeiras. Acho que é uma enorme quantidade de dinheiro para ser desperdiçada. Mas também, esta é apenas a minha opinião. E como já disse, cada um sabe de si. Na Universidade há os dois extremos, pessoas muito dedicadas e outras bem longe disso. E são muito mais baldas. Há pessoas que só vão a um terço da aulas, e não me estou a referir a trabalhadores-estudantes que têm conflitos entre o seu horário de trabalho e as aulas. E depois não admira as notas que têm, mas isso é outro assunto que não vou discutir aqui. Não me estou a lembrar de mais nada que mereça ser referido aqui, talvez apenas, que os professores universitários são muito mais descontraídos, quero eu dizer, não se preocupam se estamos a ouvir ou não a aula, se estamos a passar ou não os apontamentos, se chegamos ou não atrasados, porque no fundo o problema é nosso e não deles. Isto é um factor óptimo, pois não se perde tempo de aula a protestar com os alunos por tudo e por nada, como acontecia tantas vezes nas minhas aulas no Secundário. Somos, assim, tratados como adultos e, é claro, depois temos de nos comportar como qual. O que infelizmente nem sempre acontece; há colegas minhas que me metem muitos nervos, especialmente porque passam quase a totalidade das aulas a falarem e, deste modo, torna-se complicado ouvirmos os professores e concertarmo-nos, ao mesmo tempo, para se fazer os nossos apontamentos. Dá mesmo vontade de dizer que se não querem estar com atenção, pelo menos não disturbem o ambiente na sala.
Como conclusão deste tópico, só quero referir que na Universidade há uma enorme concorrência e competição, mal que não seja porque é a partir desta fase que entramos no mercado de trabalho, que está cada vez mais a estreitar. Por esse motivo, tem-se de entender, desde o início, que é cada um por si e que temos de fazer pela nossa vida. O que não quer dizer de todo que podemos passar por cima dos outros como se não fosse nada.
Professores
E foi em relação aos professores que senti a maior diferença entre o Ensino Secundário e o Ensino Superior, numa perspectiva bastante positiva. Como disse acima, os professores deixam de se “preocupar” com coisas triviais como, por exemplo, se estamos a prestar atenção à aula ou a falar com o colega do lado, se chegámos a horas ou 1h depois do ínicio da aula, se estamos ou não a tirar apontamentos, na medida em que este é apenas um problema nosso. E é pena que os meus professores no Secundário não fossem assim, ter-se-ia aproveitado muito mais para dar matéria. Mas é claro que tudo tem limites. Se for necessário levamos um enorme sermão porque estamos a incomodar demasiado a aula. O que eu quero realçar aqui é não há grandes pausas nas aulas, que são dadas num fluxo contínuo.
Quando andava no Secundário, alguns dos meus professores tinham um hábito (de certo modo irritante, pelo menos para mim) de nos dar sermões contando-nos “histórias de terror sobre os professores na Universidade”: que eles são muito mais exigentes, que são muito mais autoritários, que são muito mais impessoais, que não ajudam, que isto e aquilo, etc.. Ou seja, antes de entrarmos para o Ensino Superior temos uma visão completamente negativa sobre os professores universitários. Felizmente, para mim, nada disto se veio a verificar. Pela primeira vez, ao fim de 8 anos de escola (isto sem contar com o 1.º, 2.º, 3.º e 4.º anos) posso dizer que gostei de todos os professores que tive – isto referente ao meu primeiro ano de Universidade. É claro que eu não odiei todos os meus professores no Básico e Secundário, simplesmente não posso dizer que gostei deles com um conjunto; enquanto que uns foram péssimos, para bem de mim e das minhas turmas, tivemos uns 2 ou 3 bons professores, alguns até mesmo óptimos.
Mas voltando ao Ensino Superior. Em primeiro lugar, eu não diria que os professores são mais ou menos exigentes; o novo patamar académico em que os encontramos é que exige mais de nós. No entanto, se tivermos em conta que normalmente poucos são os professores que, antes da Universidade, são realmente exigentes, assim pode-se dizer que os professores universitários são bem mais exigentes. Em segundo lugar, não os considero como mais autoritários. Penso que isso se deve ao facto de aqui os alunos já terem, finalmente, compreendido que se deve respeitar os professores. Em terceiro lugar, algo que eu gostei bastante nos professores que tive, é que eles são bem mais humildes do que alguns dos professores que tive no Secundário. Quero eu dizer com isto que, apesar de terem todas as razões para se acharem mais do que importantes (não só são professores académicos, como ocupam cargos importantes e são figuras de renome para a investigação arqueológica nacional), não passam todos os minutos possíveis e imaginários a “gabarem-se”. Isto não é muito fácil de transpôr para palavras – teriam mesmo de estar presentes nalgumas aulas que tive no Secundário para verem como é que eram alguns dos meus professores. Tenho pena deles, porque assim não vão longe… Em quarto lugar, os professores universitários são pessoas super acessíveis e que realmente ajudam. Um dos vários aspectos que fez com que eu não gostasse das minhas aulas de Área de Projecto no 12.º ano é que a minha professora não ajuda, pelo contrário, ainda dificultava mais. E realmente pensei que assim fosse ser na Universidade. Mas não. Até pelo contrário. Os professores realmente ajudam. Bem mais do que eu alguma vez poderia imaginar; se bem que isto talvez dependa dos professores e dos alunos em questão. Em quinto lugar, aprende-se muito, mas muito, mais com eles. E, ao contrário dos professores dos Ensinos Básico e Secundário (que em muitos casos só são professores porque ou era isso ou o desemprego), os professores universitários conseguem transmitir a sua paixão pelo que estão a leccionar. E isto é algo que eu considero como fundamental num professor.
Em relação a estes dois tópicos, tenho só a acrescentar, mais uma vez eu sei, que as vossas experiências (tanto positivas como negativas) não serão necessáriamente semelhantes às minhas. E além do mais, o meio em que se está também conta muito. Eu estou num curso, diga-se, especial: somos não mais de 40 alunos, sendo que no segundo ano diminuímos para metade; ao contrário da grande maioria dos cursos, no meu os professores não são mais do que simplesmente 10. Somos, assim, como que uma pequena comunidade que mais facilmente se consegue unir.
E agora chega a parte em que eu vos apresento algumas opiniões. Antes de passar a isso, queria esclarecer alguns pontos antes. Eu pedi a umas quantas pessoas se podiam dar a sua opinião sobre o curso que estão a fazer. Enquanto que algumas concordaram logo em ajudar, outras não se mostraram assim tão prestáveis. Se apenas vos apresento aqui duas, o certo é que ainda estou à espera de 4 respostas. Por este mesmo motivo é que este será um post a actualizar durante este mês. Assim, se chegar a receber resposta para estes 4 pedidos irei actualizar o post com as novas opiniões. Podem também pedir a opinião de algum curso; eu poderei é não conhecer ninguém no mesmo.
Ciências Farmacêuticas – Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa
Mestrado Integrado (link)
“Eu gosto muito do curso e AMO a faculdade, de morte mesmo. E não é por andar lá, até porque a minha primeira opção era medicina, mas gostei de Ciências Farmacêuticas e decidi ficar (e talvez tirar Medicina depois).
O curso é puxado, porque é muito abrangente, por exemplo, no primeiro ano há cadeiras que vão desde as Químicas (orgânica e analítica) a cadeiras como Anatomia, Biologia Celular, Botânica. O que além de dinamizar muito o curso, abre depois o leque de opções nas saídas profissionais. Tudo o que um “químico” ou um “bioquímico” faz a nível de laboratório, está englobado no curso de Ciências Farmacêuticas, qualquer área das cadeiras leccionadas está à disposição: Fisiologia, Anatomia, Químicas, Métodos Instrumentais, Investigação Imunológica, Bioquímica, e até Matemática e Física, estão em opção (com a pós-graduação adequada, está claro). Sem contar com a Farmácia Comunitária e a Hospitalar, e ainda secções como Marketing Farmacêutico e afins.
Em termos da faculdade em si, não imagino melhor sítio para começar o percurso académico superior do que ali: lendária pelas suas festas, com praxe puramente integrativa e um espírito académico de outro mundo, uma AE que dinamiza (muitos workshops, seminários, conferências, cursos de formação de mediadores [por exemplo, de socorrismo, de risco cardiovascular, de saúde dermatológica], idas ao Algarve por puro lazer). Isto tudo num ambiente muito familiar, uma vez que só há um curso. Desvantagens, não as vejo, quer dizer, podes fartar-te de ver “sempre as mesmas pessoas”, mas mesmo assim somos tantos que dúvido que isso aconteça.
Em relação às disciplinas do secundário, claro que Biologia é indispensável, e se se tiver tido a Química de 12º ajuda bastante, mas de uma forma geral os conhecimentos na área da Biologia são de tal forma aprofundados na faculdade que é só mesmo um ponto de partida (a bagagem de secundário).
Por último enfatizo que é mesmo a melhoooor faculdade ever em termos de espírito, eu é que não consigo verbalizar o amor àquela casa (e ainda vou em apenas 2 anos).”
Comunicação Social e Cultural – Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa (Lisboa)
Licenciatura (link)
“É um curso exigente mas a faculdade no geral o é. É um curso muito teórico o que não acho muito interessante mas enfim se é temos de aceitar. Também depende muito do que se quer fazer. Eu quero decididamente seguir moda, tipo jornalismo de moda, portanto há muita coisa que eles dão que não me interessa muito, como cristianismo e ética, mas para alguém que quer seguir jornalismo convencional eles insistem bastante e ensinam coisas bem utéis. De qualquer maneira, o curso dá óptimas bases. Eu conheço pessoas que querem ir para uma parte mais cultural e mesmo assim o curso é óptimo. Com o curso podes depois trabalhar em jornais, revistas, televisão, rádio, cinema e outras coisas que não estão directamente relacionadas com o jornalismo, ou seja, o curso tem imensa saída. Agora, depois no mercado de trabalho isso é outra coisa. Sendo uma aluna excelente há sempre pessoas a oferecer estágios e isso, mas no geral os alunos são muito bons e competitivos: há pessoas com notas 20. Claro que a católica tem nome lá fora e é em grande parte por causa disso que eu estou lá. Quanto à faculdade em si, já toda a gente sabe é muito boa mas não há espírito académico. Eu sinto que ainda ando no secundário tendo em conta as regras com os atrasos e com as faltas. No geral, a opinião das pessoas é a minha e esta: o curso é muito bom mas não há espírito universitário e de colectivo. Há muito s grupos e é um bocado cada um por si, mas o facto de valorizarem tanto a católica no mercado de trabalho vale completamente a pena. Eu recomendo o curso e quanto às propinas acho que é um preço justo pela qualidade de ensino que proporcionam. E pelo que já me disseram em anos anteriores, as pessoas que saem com o curso acabam depois bem.”
Psicologia – Escola de Ciências Sociais e Humanas do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa
Licenciatura (link)
Nota: a pessoa a quem eu pedi esta opinião não está a fazer este curso; mas está familarizada com o mesmo
“A universidade que deves escolher, se a tua média te permitir fazê-lo, ou seja, se tiveres uma média suficientemente alta para poderes escolher qualquer universidade, tens que ter em conta o reconhecimento desta a nível nacional e internacional.
Em relação às cadeiras, podes observar o plano de estudos de cada curso nos sites de cada universidade, dirigindo-te à parte específica do curso de psicologia. Talvez a escolha da universidade também se prenda um pouco com as disciplinas que cada universidade te oferece para o curso de psicologia. Explicando melhor, ao observares as disciplinas oferecidas em cada site das universidades a que te candidatas, podes interessar-te mais por algumas cadeiras, ou podes achar que te serão mais úteis no futuro. É por isso importante que vejas estes planos de estudos do curso (de todos os anos) para que a universidade/o curso seleccionado se ajuste melhor às tuas expectativas/necessidades.
Sobre a possibilidade de escolha e desistência das cadeiras e a obrigatoriedade em assistir ou não às aulas já é algo muito específico de cada faculdade, por isso o melhor é informares-te sobre isso nos serviços académicos ou secretaria da própria faculdade, quando fores fazer a tua inscrição.
Por fim, em relação aos exames que tens que ter realizados dependem da faculdade e poderás observá-lo tanto no site especifico da faculdade a que te queres candidatar como neste sitehttp://www.exames.org/ que é bastante bom e onde podes encontrar informações sobre as médias de entrada, os exames a realizar, etc… Está muito bem organizado e é bastante completo.”
Antropologia – Escola de Ciências Sociais e Humanas do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa
Licenciatura (link)
“O curso é interessante e são estudados e debatidos temas que nos fazem pensar para além das fronteiras mentais a que nos habituamos (temos que pensar como se costuma dizer “fora da caixa”), tocando questões culturais, morais, éticas, etc… É um curso que tem bastante saída em países como o Brasil e também no continente da Oceânia. Em Portugal existem alguns antropólogos a trabalhar em diversas áreas como: apoio a refugiados, questões lgbt, arte urbana, etc…
Como lado “negativo” posso referir que os antropólogos, por vezes, são olhados com pouca credibilidade, por a Antropologia não ser uma ciência exacta.
Como em todos os cursos, Antropologia tem cadeiras interessantes e bem estruturadas, mas também tem outras menos interessantes. Eu posso dar-vos a minha opinião sobre este curso no ISCTE. No 1º ano todas as cadeiras são obrigatórias. Existem dois métodos de avaliação apresentadas no princípio do ano para cada disciplina e temos que escolher um:
  1. Avaliação Contínua – nesta avaliação os docentes dão importância a vários componentes: Assiduidade, Participação nas aulas, Testes, Trabalhos, etc… Sendo que cada docente decide qual a percentagem que dá a cada componente.
  2. Avaliação Periódica – não há obrigatoriedade em assistir às aulas nem fazer os trabalhos e por isso o único momento de avaliação é o exame da disciplina no final do semestre.
As cadeiras são semestrais e cada semestre tem 5 cadeiras. Os conteúdos como livros e artigos são disponibilizados pelos professores em formato digital através de uma plataforma e-learning e também numa loja de cópias em frente à faculdade.
Em relação à faculdade, esta tem boas instalações e promove bastantes debates sobre variadas temáticas. Os professores são na sua maioria bastante disponíveis para tirar dúvidas.
O ambiente da faculdade e do curso é muito bom e os colegas demonstram bastante entreajuda.
É importante referir que para alcançar um bom nível nas cadeiras da faculdade já temos que ter um estudo mais aprofundado, bastante diferente do que costumávamos ter no secundário. É preciso estar atento nas aulas pois os professores por vezes falam sobre coisas que não aparecem em qualquer livro; é necessário ler os livros recomendados e pesquisar sobre o assunto através de fontes seguras, como os livros na biblioteca e não em sites na internet.
Por fim é de frisar que os serviços académicos da faculdade estão bem organizados mas que para obter todas as informações que queremos é preciso insistir e fazer todas as questões possíveis, ser mesmo “chatos” para que nos digam tudo o que queremos saber, como em todos as secretarias públicas deste país…”
Enfermagem – Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa (Lisboa)
Licenciatura de 4 anos (link)
“Acredito que o curso de Enfermagem é um curso bastante diferente dos outros, não só por dar igual relevância às componentes práticas e teóricas como trabalhar nos alunos a parte científica e a humana. Digamos que é um curso muito completo.
Claro que como em todos os cursos, a instituição influencia bastante. Como já foi referido, na UCP, o espírito académico deixa um pouco a desejar… Os alunos esforçam-se por isso, somos um “grupo” muito fechado, cada ano só tem uma turma, mas a instituição em si não incita esse espírito nem facilita a quem o quer valorizar. É claro que isto é relativamente ao espírito académico, praxes, ambiente escolar etc.
Apesar disso, o curso é muito bom, não só o nome da católica como da escola que iniciou este curso de enfermagem (Escola de Enfermagem São Vicente Paulo). Muitos dos professores são enfermeiros e enfermeiras e como somos poucos alunos no curso, o ensino é muito “pessoal” se assim se pode dizer. Os professores relacionam-se academicamente com os alunos, os materiais utilizados nas aulas são dados, disponibilizam-se em ajudar-nos a ultrapassar dificuldades. E como enfermeiros, pessoas que se dedicam a ajudar as pessoas, criam um ambiente muito bom na maior parte das aulas. O ensino é excelente, saímos das aulas com a sensação de o melhor acesso a informação possível!
As propinas são elevadas sim, mas acho que fazem jus ao curso que temos e a qualidade de professores e outros meios que nos são proporcionados para sermos os melhores.
Relativamente aos colegas, há um pouco de tudo! Como acho que acontece em qualquer lugar, mas o mais importante é sem dúvida não se dar a conhecer por completo no início, ir devagar, conhecer as pessoas com calma, não as considerar logo amigas só porque tem uma ou outra coisa em comum.
Os alunos mais velhos fornecem-nos montes de apontamentos, porque os professores são quase sempre os mesmos, e isso ajuda imenso a estudar e ter referências para trabalhos!
As cadeiras estão bem distribuídas pelo curso, temos dois estágios por ano, menos no primeiro ano, no qual se faz uma preparação teórica.
A gerência do curso é, apesar de tudo, muito aberta a opinião dos alunos, e as nossas criticas relativamente ao curso são ouvidas e sugestões, se possível, postas em prática.
Apesar do alto valor das propinas mensais e da falta de espírito académico incitada pela instituição, o resto compensa, a educação é, sim,  de qualidade! E apesar de tudo cada experiência é uma experiência.”
Direito – Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
Licenciatura de 4 anos (link)
“Direito sempre foi uma área que me interessou bastante enquanto andava na escola e como o meu poder de argumentação e escrita eram bastante elogiados comecei a pensar seriamente em entrar nessa área. Matemáticas, artes ou saúde não me interessavam, nem qualquer tipo de engenharia então entrei para a área e Ciências Sociais e Humanas (como se chamava a área de Humanidades na altura) e daí já poucas escolhas me restavam. Comunicação Social era interessante mas não sei porquê nunca me chamou muito.
Entrei na primeira fase, na minha primeira opção e fiquei super entusiasmada… até lá chegar!
A faculdade tem pouquíssimo espírito académico, as praxes duram apenas um dia e não dão para travar assim muitas amizades e o ambiente é um pouco austero.
Os professores são muitíssimo exigentes e acontecem coisas surreais como preferências descaradas de alunos, prejudicar a nota de determinado aluno só porque fez frente ao professor numa aula ou se opôs a uma opinião, coisas assim. O curso em si é bastante exigente mas os professores fazem tudo para dificultar ainda mais, como por exemplo colocar perguntas no exame em que a resposta estava nas notas de rodapé do livro e coisas do género.
Claro que não são todos os professores que são assim, há sempre um ou outro mais benevolente, mas são mesmo uma minoria muito muito pequenina.
Comecei a entrar em depressão porque tinha imensas negativas e quando estudava desalmadamente conseguia apenas um 10 ou 11.
O sistema de avaliação também não era muito benéfico visto que, independentemente de irmos ou não às aulas e fazermos os testes, tínhamos sempre de ir a exame. Normalmente existem dois tipos de avaliação: contínua e final. A contínua passa por ir às aulas, fazer testes, trabalhos, participar, etc.. e se tivermos positiva já não temos de ir a exame, só iremos se não conseguirmos positiva ao longo do semestre.
A avaliação final passa por ir apenas ao exame final, não fazendo os testes nem trabalhos ao longo do semestre. Mas ali não é assim. Quem está em avaliação contínua tem de fazer tudo ao longo do semestre e depois ainda o exame escrito. Quem vai a final faz dois exames: escrito e oral.
Quanto aos exames orais, muitos deles são uma humilhação completa para o alunos com gritos, ironias, piadas e fazem tudo para rebaixar as pessoas.
Ter um 14 ali, na maioria das disciplinas, é praticamente não sair de casa e não ter vida, só estudar 24h/dia.
Saí, ao fim de 4 anos, em que ainda estava no 2º ano, principalmente por ter deixado de me identificar tanto com o curso como com a faculdade e porque as perspectivas de empregabilidade ali já são super reduzidas o que faz com que não compense o esforço.
No entanto há quem se dê bem e consiga resultados, mas sinceramente eu não consegui e muitas das amigas que fiz lá também desistiram ou ainda estão a tentar acabar o curso.”
Marketing – Instituto Politécnico de Setúbal, Escola Superior de Ciências Empresariais
Licenciatura (link)
“Ao sair do curso de Direito, já com o meu blog em funcionamento, as minhas perspectivas eram na área de marketing e por isso escolhi este curso para terminar a minha formação académica. A faculdade escolhida foi em função da proximidade de casa (demoro cerca de 5/7 minutos de carro) porque ir e vir para Lisboa ou ficar lá estava completamente fora de questão.
Vou agora iniciar o 2º ano e posso dizer que este curso não podia ser mais diferente do curso de Direito, em todos os aspectos.
Não fui às praxes, porque já tinha sido praxada e já trajava e não queria passar por tudo de novo (a experiência não tinha sido boa), mas acompanhei de fora e as praxes duram 1 semana aqui, o espírito académico é fantástico e toda a gente se ficou a conhecer. No entanto mesmo quem não foi às praxes ou entrou mais tarde conseguiu facilmente enturmar-se porque as pessoas têm uma mente muito mais aberta e não há aquela ganância por ser o melhor ou ter melhores notas que vi no curso de Direito. Aqui toda a gente se ajuda, empresta apontamentos, envia coisas e somos mesmo muito unidos.
Quanto à exigência, eu comparo muito com o secundário só que a um nível superior. Mas na base, é tal como no secundário: o que sai nos testes/exames é o que se deu nas aulas; as notas são justas; os professores são acessíveis e não olham para nós como se fôssemos inferiores e eles superiores, tratam-nos bem e ajudam-nos sempre que seja necessário; são disponibilizadas bastantes sebentas e tópicos de estudo pelos professores, não ligando tanto aos livros (que usamos quase só para os trabalhos não tendo de os adquirir pois existem na biblioteca, ao contrário de Direito que tínhamos de adquirir pelo menos um livro e um código de legislação por cada disciplina, ficando caríssimo)…
Em suma, estou a adorar o IPS, toda a gente que por aqui passou me falou bem e agora estou a confirmar que realmente é um ambiente completamente diferente, em que podemos criar amizades a sério e que com um pouco de estudo e concentração conseguimos passar facilmente às disciplinas.”
Aproveitando o facto de ter participado na Futurália, pelo meu curso, e de ter recebido prospectos de todos os cursos que eles oferecem na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, achei por bem publicá-los aqui no blog. Como é óbivo, são cursos apenas para as áreas de Ciências Humanas e de Humanidades e Letras.
E com o fim deste post gostava de ter um pequeno feedback da vossa parte. O que é que acharam destes posts? Corresponderam à visão que tinham do Ensino Superior?

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