segunda-feira, 14 de julho de 2014

Dúvidas sobre a Universidade - FasionSkribo

As minhas frequências acabaram na semana passada, por isso, felizmente, já posso dizer que estou literalmente de férias (embora elas já tenham, tecnicamente, começado em finais de Maio). Mesmo assim, como irão perceber ao longo deste post, vou estar bastante ocupada nas próximas semanas (basicamente todo o mês de Julho) pelo que só irei mesmo saborear verdadeiramente as minhas férias em Agosto. Mas honestamente não me importo. O que vou fazer é algo que eu absolutamente adoro, mas sabe sempre muito bem não ter nada para fazer durante várias semanas de seguida.
Já recebi alguns feedbacks sobre alguns cursos, espero entretanto receber os restantes. Com sorte, ainda no início do próximo mês (Julho) poderei dar-vos a conhecer algumas opiniões de alunos sobre determinados cursos.
Antes demais, quero deixar este aviso: todos os cursos que eu aqui falar são referentes à Universidade de Lisboa; se alguma vez referir cursos de outras universidades, irei fazer referência a essa universidade; se aparecer apenas o nome do curso no meio dos textos é porque é da Universidade de Lisboa. E para quem esteja a ler isto pela primeira vez, quando falar na minha faculdade estou-me a refir à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Calendário escolar
De certo modo, sobretudo a um nível geral, o calendário escolar na Universidade não difere muito daquele que se tem nos Ensino Básico e Secundário. No entanto, tem as suas diferenças. Como podem ver pelo calendário que abaixo apresento deste ano lectivo (2011/2012) – na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa -, as aulas não começaram muito mais tarde do que é normal nos Ensinos Básico e Secundário. Agora na altura de acabarem, para férias de Natal, é que tivemos quase aulas até à véspera de Natal. Depois, com a época de exames, só se voltou a ter aulas em meados de Fevereiro, enquanto que o resto no Básico e no Secundário já estavam a ter aulas desde Janeiro. No final do ano, as aulas, aí sim, acabam umas quantas semanas antes mesmo dos anos em que há exames nacionais, mas isso deve-se ao facto de a nossa segunda época de exames começar mais cedo do que a época de exames nacionais.
No que diz respeito às férias, como podem ter reparado, só tivemos uma semana tanto no Natal como na Páscoa. As férias do Natal só se prolongaram para uma segunda semana porque tivemos uma pausa lectiva logo na semana a seguir à do Natal, antes de começar a época de exames. No carnaval, em vez dos habituais três dias (como é nos Ensino Básico e Secundário) só tivemos direito a dois dias.
Em relação a estas épocas de exames, a primeira dura 4 semanas, enquanto que a segunda só dura 3 semanas. Mesmo sendo estas as semanas estabelecidas para se fazerem os exames, há professores que, durante o decorrer normal dos semestres, fazem os seus exames.
1º semestre
Período de aulas: 19-09-2011 a 21-12-2011
Período de avaliações: 09-01-2012 a 04-02-2012
Férias de Natal: 22-12-2011 a 01-01-2012
Pausa Lectiva: 02-01-2012 a 06-01-2012
2º semestre
Período de aulas: 13-02-2012 a 26-05-2012
Período de avaliações: 04-06-2012 a 23-06-2012
Férias de Carnaval: 20-02-2012 a 21-02-2012
Férias da Páscoa: 02-04-2012 a 09-04-2012
Pausa Lectiva: 28-05-2012 a 01-06-2012
Período vs Semestre
Para além do termo utilizado – que não é obviamente o mesmo – há algumas diferenças entre aquilo que se esteve habituado a ter como “período” durante doze anos de escola e aquilo que vai passar a ser a nossa nova realidade, os “semestres”. Como podem ter visto acima, não só há unicamente dois semestres (sendo que nos outros anos tinham-se três períodos), como eles têm durações distintas das dos períodos nos Ensinos Básico e Secundário. É certo que o primeiro semestre é quase semelhante ao primeiro período (16 semanas/14 semanas), mas para o segundo o mesmo já não se verifica (15 semanas/23 semanas – aqui englobei o segundo e terceiro períodos).
Semestre de Verão
A primeira coisa que vos tenho para dizer sobre este tópico é para não entrarem em “pânico” por pensarem que vão ter aulas durante o vosso Verão. Bem, isso se não estiverem no meu curso. Honestamente, penso que mais nenhum curso (Arqueologia) tem um semestre de Verão. Para mim este semestre significa continuar a ter aulas enquanto toda a gente se encontra de férias. Mas não me importo de todo. O meu curso envolve uma parte prática muito importante – que é aquilo que vou ter agora no Verão, motivo pelo qual estarei um pouco ausente do blog. Para mim, pelo menos, é de longe a melhor parte do meu curso.
Para o resto dos estudantes, este semestre de Verão poderá significar fazer cursos de línguas, por exemplo. A minha faculdade, para além de os oferecer ao longo do ano lectivo, também os oferece aos seus estudantes durante o primeiro mês de férias, ou seja, em Julho.
Por último, para quem foi mais desleixado durante os dois semestres, este mês pode ser para essas pessoas uma época especial de exames. Eu não sei bem o que é que esta época de exames realmente significa, mas pelos vistos, ela é bastante utilizada por estudantes com estatutos especiais, como os que são trabalhadores-estudantes, por exemplo. Se bem que tenho a ideia de os alunos com estatutos ditos normais também poderem usufruir desta época especial. Peço desculpa não poder ser mais clara em relação a este assunto.
Disciplina vs Cadeira
Uma disciplina é sempre uma disciplina e, neste aspecto, não há quaisquer tipos de diferenças a referir entre o Ensino Superior e os anteriores. Há uma pequena mudança: a disciplina deixa de ser designada como “disciplina” e passa-se a usar o termo “cadeira”. Posso-vos dizer que nos primeiros tempos ainda vão dizer muitas vezes a palavra “disciplina”; é normal, visto que ainda nos estamos a habituar a novas designações. Depois, já mesmo no final do vosso primeiro ano, referindo-se a disciplinas do Básico ou Secundário, irão passar a usar o termo de “cadeira”, mal que não seja porque se haituaram a usá-lo.
Mas a principal diferença verifica-se no tempo de duração. Quer isto dizer que, enquanto no Secundário, por exemplo, têm-se aulas da disciplina de Português durante os três períodos, na Universidade, as cadeiras tem apenas a duração de um semestre. O que significa que a matéria está muito mais concentrada pois o tempo de aulas não é assim tanto. Pode-se, assim, dizer que há uma grande acumulação de matéria em tão pouco tempo. É certo que pode parecer que os semestres não são assim tão curtos, mas para a quantidade de matéria que se tem de dar, garanto-vos que ao fim de um pouco os semestres vão começar a parecer que são até bem pequenos.
Cadeiras obrigatórias vs Cadeiras opcionais
Se bem que estes casos também podem ser designados de “unidades curriculares obrigatórias” e “unidades curriculares opcionais”, respectivamente. Todos os cursos, num momento ou noutro, permitem que os seus alunos escolham que cadeiras é que querem fazerUns tens mais escolhas, enquanto que outros nem por isso. Uns podem escolher mais cedo, outros só mais tarde nos seus cursos. Posso-vos dar dois exemplos. Por um lado, tem-se o curso de História, em que logo no primeiro semestre do primeiro ano podem escolher uma cadeira opcional. Por outro lado, tem-se o meu curso, no qual, só no segundo semestre do segundo ano, é que podemos escolher uma opção.
Em relação ao que me foi perguntado sobre onde é que se pode ver quais as unidades curriculares opcionais do nosso curso, digo que isso depende muito de cada caso. Pelo que sei só mesmo na faculdade é que se consegue saber isso. Mas provavelmente cursos que tenham pouca escolha, essas unidades curriculares até podem estar disponíveis no site da faculdade e universidade correspondentes. Por exemplo, o meu curso pode escolher cadeiras dos cursos de História e de História de Arte e, se colocassem todas as cadeiras disponíveis no site a lista nunca mais acabaria. Penso que seja esse o motivo pelo qual não aparecem discriminadas na net, mas também poderá ser uma pura má organização das informações necessárias nas páginas dos vários cursos. Para além disso, penso que a maior parte dos alunos (independentemente do curso que está a fazer) podem escolher línguas como unidades curriculares opcionais: pelo menos, pelo que já ouvi, isso é assim na minha Universidade. Por isso, se conhecerem alguém na faculdade, seria uma boa ideia perguntarem-lhe que opções podem escolher.
Por último, no mínimo dos mínimos, para se completar um curso tem-se de ter 180 ECTS (ou seja, o número total de créditos que temos de fazer para concluir o nosso curso – isto apenas referente aos cursos de três anos). E, para além disto, nem todos os alunos têm o mesmo número de cadeiras por semestre. Por exemplo, na minha faculdade, todos têm cinco cadeiras por semestre, todos os anos, perfazendo um total de 30 cadeiras ao final doa três anos do curso. Mas no meu curso, tirando o terceiro ano, no primeiro semestre tenho as habituais cinco cadeiras, mas no segundo semestre só tenho quatro cadeiras, isto porque a quinta cadeira tenho no Verão (aquilo que vos falei acima sobre o semestre de Verão).
Aulas
Em primeiro lugar, quero referir algo que vão presenciar logo no acto da matrícula, especialmente quando estão a escolher o vosso horário. Vão ver que vos vai aparecer estas siglas: “TP1”, “T2”, “P3”. Se eu não tivesse perguntado na altura o que significavam, ainda estaria à nora sobre isto. Então, “TP” significa “teórico-prático”, “T” significa “teórica” e “P” significa “prática”. Uma aula que seja “T” significa que é uma aula simplesmente teórica. Em relação aos números, estes identificam a que turma pertencem. Na minha faculdade, a cadeira de “História da Antiguidade Pré-Clássica”, por exemplo, tem três turmas (cada uma dada por professores diferentes); isto porque são três cursos que têm ao mesmo tempo essa cadeira: se houvesse só uma turma seriamos muitos dentro de uma só sala.
Em segundo lugar, ficam já a saber que a duração das aulas vai modificar (um pouco), tanto para melhor como para pior. E eu digo para melhor e pior porque há casos em que a duração diminui, e há outros em que aumenta. A título de exemplo, na minha faculdade só há aulas de 2h. Pode parecer que só por se ter mais meia-hora do que no Básico e Secundário não aumenta quase nada, mas garanto-vos que faz muita diferença. Aliás, a meu ver as aulas não deviam durar mais do que 1h, isto porque chega-se a um ponto que, por mais interessante que a aula esteja a ser, começa-se a perder a concentração. Por outro lado, por exemplo, tem-se as aulas do curso de Biologia que só duram uma 1h.
E, em terceiro lugar, a frequência com que se tem as mesmas cadeiras durante uma semana também é diferente. Na minha faculdade, qualquer que seja o tipo de aula (práticas ou teória ou as duas) temo-la duas vezes por semana. O que até não é nada fora do normal, uma vez que isso é o habitual no Ensino Básico e Secundário. Depois, por outro lado, tem-se outra vez o exemplo do curso de Biologia, em que têm cada cadeira três vezes por semana.
Algo que não sei bem onde referir, mas penso que aqui não fica mal enquadrado. Pelo que sei, não existe trabalhos de casa na Universidade; o que não quer dizer que não tenhamos de trabalhos para fazer todos os dias. Explico-vos isto mais abaixo.
Em relação às aulas na Universidade, posso ainda acrescentar mais alguns aspectos, nomeadamente, sobre os métodos como alguns professores leccionam. De um modo geral, todos os meus professores fazem uso de apresentações PowerPoint. No caso do meu curso este é um método extremamente útil, já que muitas vezes tem-se de recorrer ao uso de imagens para se compreender melhor a teoria; mas para outros cursos poderá já não ser tão útil. E, além do mais, isto também vai depender do próprio professor, se bem que ao contrario dos Ensinos Básico e Secundário, os professores na Universidade estão mais habituados às novas tecnologias (pelo menos para mim: a maior parte dos meus professores no Secundário não sabiam mexer nos computadores, muito menos dar aulas com recurso a eles). Agora o modo como cada um utiliza os PowerPoints é que já é diferente. Enquanto que uns utilizam apenas este tipo de apresentação só para mostrarem imagens e/ou vídeos e os sumários de cada aula, há outros que não acrescentam mais para além daquilo que puseram nos slides. Por outro lado, também tive um professor que dava mesmo só a matéria falando; ou melhor, quase ditando a matéria. Não me posso queixar de todo porque dava para apanhar muito do que ele dizia. Analisando todos os meus professores, estou bastante satisfeita com o modo como deram as suas aulas.
Tudo o que referi no parágrafo acima tem por base o modo como são dadas as aulas pelos professores do Departamento de História (que engloba três cursos, incluindo o meu) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Outro aspecto que por momentos me ia esquecendo de referir. Dependendo da cadeira que estão a fazer, maiores ou menores poderão ser as vossas turmas. No primeiro semestre, tive três cadeiras que são obrigatórias para os três cursos do Departamento de História. Neste caso, se todos os alunos tivessem ido às aulas, teríamos sido uns 200 alunos – como éramos muitos, as aulas eram dadas em anfiteatros. Por outro lado, nas restantes cadeiras que apenas abrangiam o meu curso,  éramos bastante menos alunos nas aulas, sensivelmente uns 30 alunos quando ia quase toda a turma – nestes casos, as aulas eram dadas em salas normais. Contudo, em Direito isto já não se verifica porque as cadeiras são todas para os alunos do curso e, além do mais, cada turma tem cerca de 250 alunos.
Apontamentos
Não vos irei dizer como fazer apontamentos aqui, até porque já referi esse assunto (um pouco por alto) num dos post que fiz sobre o Ensino Secundário (que podem ver aqui). E aliás, estou a pensar fazer outro post só mesmo sobre métodos de estudo (algo mais aprofundado desta vez), mais perto da abertura do próximo ano lectivo. Assim, neste tópico vou-vos falar um pouco, de certo modo, de como é o ambiente nas salas de aulas.
Uma das grandes diferenças que se vai sentir na mudança do Ensino Secundário para o Ensino Superior é o facto de não haver manuais para ninguém. Isto se não pensarmos em quem está a fazer línguas, porque aí há os manuais normais, que se tinham para Inglês, Francês, Alemão ou Espanhol. E isto faz com que se tenha de estar com muita atenção nas aulas, porque de outra maneira não faríamos a mínima ideia que matéria é que tínhamos para estudar. E daqui é que vem a importância de se tirar apontamentos nas aulas, uma vez que registamos aquilo que o(a) professor(a) está a leccionar. Como não somos máquinas, é claro que não conseguimos apanhar absolutamente tudo do que estamos a ouvir, sendo que é aqui que entra em acção a bibliografia da cadeira. E, agora, na Universidade, convém ir, sempre que possível, a todas as aulas, pois não podemos chegar a casa e ler as páginas do livro X sobre a matéria que foi dada na aula, algo que se fazia nos escalões de ensino anteriores.
Pelo menos na minha faculdade, todos os professores tem uma folha (normalmente mais do que só uma) em que fornecem as informações gerais sobre a cadeira que vão leccionar: critérios de avaliação, objectivos da cadeira, sumários dos temas a serem abordados e depois a bibliografia. Normalmente listam entre umas duas a três dezenas (se não ainda mais), mas não é necessário ter-se tudo, uma vez que há sempre bibliografia-chave, ou seja, livros ou artigos que são os mais importantes e que realmente valem a pena adquirir. Estas folhas podem estar tanto disponíveis na net (se bem que o mais provável é não estarem todas) como depois numa reprografia da vossa faculdade. Esta bibliografia não só é importante por ser uma fonte extra de informação, como muitas vezes pode ser a diferença entre percebermos ou não a matéria de uma cadeira. Uma dos professores que eu tive este ano, tem um método peculiar de dar as aulas, não sendo assim o melhor deles todos. Muitas vezes chegavamos à altura dos testes ou exames sem saber muito bem o que tinhamos para estudar. Mas como a professora nos fornecia bibliografia sempre que se acabava de tratar algum assunto, tornava-se depois muito mais fácil estudar para os testes ou exames, já que os artigos que ela nos disponibiliza são muito bons e permitiam que nós percebecemos a matéria. Por estes motivos, é que penso que é sempre bom investir em alguma bibliografia, especialmente se servir para mais do que uma só cadeira.
Mas voltando aos apontamentos, agora numa perspectiva mais direccionada para quem se vir na situação de entrar só na segunda ou terceiras fases. Como já tinha dito anteriormente, quem entra nestas fases entra já com algumas semanas de aulas já dadas. E, como seria de esperar, os professores não vos dizer o que é que já deram; quanto muito, a única coisa que devem dizer é como funcionam os critérios de avaliação da sua cadeira. Deste modo, terão de arranjar alguém que tenha entrado em primeira fase e pedir-lhe os seus apontamentos das aulas, visto que entraram mais tarde. Mas aqui colocam-se dois problemas ou obstáculos. Primeiro, nem todos os alunos tiram apontamentos. É claro que os números variam de curso para curso, e de Universidade para Universidade (já que umas são mais exigentes que outras). No caso do meu curso, chegamos a ser apenas umas 3 ou 4 pessoas a fazer apontamentos em pouco mais de 30 alunos na sala. Segundo, nem todas as pessoas se disponibilizam a dar os seus apontamentos, e nem todas as pessoas fazem apontamentos como deve de ser. Assim, sem parecermos um pouco idiotas, dá sempre jeito analisar um pouco essas pessoas nos primeiros dias, para saber a quem é que valerá a pena pedir os apontamentos. De qualquer das maneiras, podem sempre também ver na net (no Portal Académico) os sumários das aulas em que não estiveram, e tentarem por vocês arranjar bibliografia para os temas que foram abordados.
Por último, desta vez em relação à bibliografiaEste é um dos custos extra que eu falei para além daqueles que se vão ter com as propinas. E esta bibliografia é diversificada. Por um lado, há professores que têm aquilo a que chama de sebentas, que se encontram nalguma reprografia da vossa faculdade. Depois têm artigos que se podem encontrar online ou que os vossos professores vos podem disponibilizar. Por outro lado, têm os livros. Muitos deles podem ser encontrados nas bibliotecas da vossa Universidade ou em outras (já que há algumas que permitem o acesso a livros de alunos de outras universidades – a Universidade Católica de Lisboa, há uns anos deixava, neste momento não sei, mas suponho que não tenham eliminado esta medida). Outros terão de ir procurar a bibliotecas especificas nas vossas cidades ou em bibliotecas municipais. Ainda, há casos em que se tem mesmo de adquirir alguns livros. Enquanto que uns facilmente se encontram em lojas físicas como a Fnac (que é o caso dos livros para o curso de Direito, por exemplo), outros terão de ser comprados na net, em lojas como a Amazon, especialmente se forem livros em Inglês, Francês ou Espanhol, por exemplo. Eu comprei uns dois livros pela Amazon, vieram em muito boas condições e, se os tivesse comprado em Portugal teriam-me saído mais caros – quando são livros em línguas que não o português, os preços ultrapassam, na maioria dos casos, os 30€.
Horário
Outro aspecto que também tem as suas parecenças e as suas diferenças com os Ensinos Básico e Secundário é o horário. Por um lado, há quem tenha horários como aqueles que se tinham, por exemplo, no Secundário; enquanto que outros têm horários completamente diferentes dos que possam ter tido nos anos anteriores. Para explicar melhor esta minha perspectiva vou dar-vos alguns exemplos. Os alunos de Direito (pelo menos no primeiro ano) têm aulas das 9h as 13h, sendo que todas as cadeiras são leccionadas de “enfiada” (ou seja, umas a seguir às outras). E os alunos de Ciências da Educação (também pelo menos no primeiro ano), têm todas as suas aulas de seguida, tanto de manhã como de tarde, dependendo dos dias. Assim, como podem ver são horários parecidos com os do Básico e Secundário. Por outro lado, no departamento de Historia da minha faculdade, os horários são completamente diferentes. Não só as aulas não são todas a seguir umas às outras, como temos imensos intervalos entre as várias cadeiras, chegando alguns deles a atingir as 8 horas. E como podem ver, isto no Básico e no Secundário nunca se verificaria.
Fora isto há que ter em conta que na Universidade não há intervalos, mas sim furos. E esta diferença importa. Enquanto que um intervalo implica uma paragem entre 15 a 25 minutos (como se verificam nas várias escolas), um furo significa que se tem um período sem aulas. Isto faz com que, por exemplo, se tiverem duas cadeiras de seguida, quando saem de uma é para irem para a outra, porque não há quaisquer tipos de intervalos. Outro factor a que vão ter de se habituar, é o não haver toques e de termos de nos guiar sozinhos para estarmos sempre a horas para as aulas. Isto não é nada de outro mundo, e em algumas escolas secundárias já nem sequer há toques.
Ainda dentro deste tópico: dependendo de faculdade para faculdade e de Universidade para Universidade, as aulas começam e acabam a horas muito próprias. Como já puderam ler acima, os alunos de Direito, pelo menos no seu primeiro ano, começam as suas aulas no mínimo as 9h da manhã e acabam no máximo as 13h. Mas suponho que venham a ter aulas em outros horários. Por outro lado, a título de exemplo, na Universidade Católica de Lisboa, as aulas começam no mínimo as 8h30 da manhã. Por outro lado, na minha faculdade as aulas começam às 8h e podem acabar, no máximo, às 22h. Contudo, poucos alunos têm o azar de ter aulas assim tão tarde. Infelizmente, alguns alunos do curso de História no primeiro ano terão de ter aulas a esta hora.
Por último, quando estiverem a fazer o vosso horário devem ter em conta alguns aspectos:(1) se tiverem alguém conhecido na faculdade que esteja a fazer (ou tenha feito) o vosso curso, é bastante útil perguntar-lhe quais os professores que aconselha. Isto porque há umas quantas cadeiras que são dadas por mais do que um professor; (2) como será fácil de entender, para quem tiver a oportunidade de escolher opções, estas não devem sobrepor-se a nenhuma outra cadeira (seja obrigatória ou também opcional); (3) para quem não se interessa minimamente sobre quem será o(a) seu(sua) professor(a), pode escolher as cadeiras conforme o seu horário (isto em relação aquelas que são leccionadas por mais do que um professor).
Dia livre
E isto é algo que a maioria dos alunos da Universidade de Lisboa e do ISCET (em relação às outras universidades não faço ideia se têm ou não – só sei que nas privadas não há) vão ter conhecimento de quando fizerem o seu horárioNa Universidade de Lisboa, tirando os alunos de Direito da Universidade de Lisboa, todos os outros alunos têm uma dia sem aulas por semana. O dia é sempre o mesmo e varia tanto de faculdade para faculdade, como de departamento para departamento. Depois, dependendo do horário de cada curso, conheço casos em que, num determinado semestre, chegaram a ter dois dias livres (o dia livre propriamente dito e outro dia em que, devido à organização do horário desse semestre têm outro dia sem aulas). Para quem tem a sorte se o ter à sexta, tem direito a um fim-de-semana prolongado todas as semanas. Pelo que sei, o dia livre é sempre o mesmo para cada departamento, ao longo de todos os anos do curso. Isto se entretanto ele não for modificado.
Embora seja um dia sem aulas, muitos professores podem optar por fazer aulas extra nesse dia (aulas que são marcadas quando há matéria em atrasa e são já poucas as aulas que sobram) ou organizar algum tipo de actividade. Estas actividades podem ser tanto visitas de estudo (algum bastante raro na Universidade, e que ao se verifica em alguns cursos específicos) como palestras. Eu por exemplo, passei o primeiro mês de aulas sem o meu dia livre, porque tinha sempre palestras nesse dia (bastante interessantes por acaso), sendo que ainda tinha de fazer relatórios sobre as mesmas. No geral, este dia é bastante útil porque garante-nos mais um dia (para além do fim-de-semana) sem quaisquer aulas, permitindo-nos que tenhamos mais tempo livre para estudar e fazer trabalhos.
Exemplo de bibliografia.
Critérios de avaliação
Há professores que, logo no primeiro dia de aulas, apresentam quais é que são os critérios se avaliação da sua cadeira, enquanto que outros apenas disponibilizam aquela folha que vos falei acima. Aviso-vos já é que devem ter muita atenção quando os professores vos estão a explicar como tudo isto funciona. E digo isto porque há alguns professores que não dão uma nota final se falharmos alguns dos critérios, ou seja, se não realizarmos algumas das provas. E tal como acontecia nos Ensinos Básico e Secundário, também na Universidade cada prova tem o seu valor.
Os critérios de avaliação variam de curso para curso e, depois, de professor para professor. Por isso, o que vou abaixo dizer, provavelmente, apenas se aplica aos alunos do Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Neste meu primeiro ano, os meus critérios de avaliação foram basicamente os seguintes:
- 1 ficha de leitura
ou
- 1 trabalho escrito
+
- 1 teste intermédio
ou
- 1 trabalho escrito
+
1 frequência
Enquanto que os valores das fichas de leitura, dos trabalhos escritos e dos testes intermédios variam de professor para professor, as frequências valem sempre 50% da nota final. Em relação às fichas de leitura não tenho muito a dizer, talvez, que elas, no fundo, são um resumo critico de um livro ou de um capítulo de um livro. Não vos consigo adiantar mais nada, até porque depois de fazer duas continuo sem perceber o que é que o professor queria que realmente fizessemos. Os temas para os trabalhos escritos são sempre de escolha livre, o que é óptimo porque podemos fazer sobre algo que realmente gostamos. O mesmo não se podia dizer nos ensinos anteriores, em que não tínhamos, muitas vezes, quase autonomia nenhuma, já que os professores gostavam de decidir tudo por nós. A substituição do teste intermédio por um trabalho escrito é desencorajado pelos próprios professores, uma vez que temos sempre trabalhos escritos em todas as cadeiras e eles dão algum trabalho, e quantos menos tivermos melhor. E, além do mais, esta opção não é nada frequente. Apenas um professor meu teve isto como critério. Sobre os trabalhos e as frequências irei falar mais abaixo.
Exames vs Frequências (e testes intermédios)
Não vos querendo desanimar, para quem pensa que após o 12o ano acabaram-se os exames em Junho (já quase no Verão, quando mais nos apetece ir para a praia – para quem gosta é claro),bem que pode tirar essa ideia da cabeçaComo poderão ter visto no início deste post, uma das épocas de exames é exactamente em Junho, sendo que a outra é, sensivelmente, em Janeiro. E como eu já referir, embora hajam estas datas estabelecidas, à professores que fazem as frequências ainda em Dezembro ou Maio, enquanto o semestre respectivo ainda está a decorrer. Estas frequências são como os exames, na perspectiva em que sai toda a matéria leccionada daquela cadeira, naquele semestre. Mas ao contrario dos exames do Ensino Secundário, as frequências têm a duração máxima de 2h, sem quaisquer tempos extra, por isso convém que se esteja bem preparado para fazê-las. Ao contrario, os testes intermédios abrangem só uma determinada parte da matéria.
Em relação à minha experiência, o primeiro aspecto que quero referir é que, por um lado, há professores como que dividem a matéria toda em duas partes, sendo que cada uma corresponde, respectivamente, ao teste intermédio e à frequência; por outro lado, há professores que optam por fazer o teste intermédio sobre uma pequena parte da matéria, e depois a frequência é sobre tudoE quando os professores dizem que sai tudo para a frequência é porque sai mesmo. É claro que irá abranger mais a matéria que não saiu no teste, mas haverá sempre uma pergunta ou mais sobre a matéria que já tinha saído. Por isso, mais vale prevenir e estudar tudo, do que nos virmos na situação de tirar uma má nota na frequência e, no pior dos casos, chumbar à cadeira. Em segundo lugar, embora o nível de exigência tenha-se elevado, até ao momento, não achei nada complicadas as 9 frequências que fiz, nem os 9 testes intermédios que fiz. Não sou nenhum génio (quem me dera a mim ter o cérebro da Lexie da Anatomia de Grey), mas pelo que me fui apercebendo ao longo dos 12 anos na escola e deste ano na Universidade, se realmente estudarmos e tivermos entendido a matéria, os testes nunca serão (super) complicados. E se nos empenharmos mesmo, o nosso esforço será recompensado. Por último, algo que é importante reter (e que tenho vindo a referir ao longo de vários posts, mesmo nos posts sobre o Ensino Secundário) é que nunca se deve estudar só na véspera. O aconselhável é começar a estudar, no máximo dos máximos, uma semana antes do teste ou frequência. E para não se estar a fazer tudo e mais alguma coisa à última hora, o melhor é mesmo ir passando os apontamentos, no mínimo, todos os fins-de-semana e, ir-se arranjando bibliografia, quando necessário, o mais cedo que se poder. Digo isto mesmo por experiência própria: desleixei-me este semestre a passar os apontamentos, que estive uma semana inteira a pô-los em dia. O que vale, de certo modo, é que antes das minhas frequências terem começado tive duas semanas inteiras sem aulas.
Trabalhos
Como já vos disse acima, talvez o seu melhor aspecto seja o facto de os seus temas serem inteiramente da nossa escolha. Até porque quantas vezes não tivemos nós (especialmente no Ensino Básico) de fazer trabalhos sugeridos pelos professores, sobre temas que nem sempre eram do nosso total agrado? Aconteceu-me varias vezes, mas felizmente já não me tenho de preocupar mais com isso. Outro aspecto que devem ter em mente, é que a exigência, naturalmente, também aumenta neste caso. E esta exigência verifica-se em alguns sub-aspectos, por assim dizer: (1) introduções e conclusões não podem ser simples textos em que colocamos os nossos objectivos e o que gostamos de fazer no trabalho como muita gente faz nos ensinos anteriores, ainda que já devessem ser bem escritas. Deve ser uma introdução em pleno conceito da palavra; (2) a bibliografia, ainda que pareça para muitos algo acessório, torna-se importante para os trabalhos na Universidade. E não deve ser feita de qualquer maneira. Abaixo apresento-vos um exemplo de como ela deve aparecer nos trabalhos. Uma vez que alguns cursos têm modos específicos de apresentar as suas bibliografias, o exemplo que vos mostro é mesmo um exemplo, sendo que só se aplica aos trabalhos feitos para o meu curso. [apresento-vos um exemplo de bibliografia no final deste tópico](3) os trabalhos poderão ter limites de páginas, de certo modo, pequenos, como por exemplo 10 páginas. Para quem, como eu, tenha por hábito fazer trabalhos extensos, isto pode ser um desafio. Neste casos, a exigência é o facto de se ter de ser sucinto, mas ao mesmo tempo ter de referir todos os aspectos importantes sobre o tema em estudo; (4) por outro lado, alguns trabalhos tendem a ser mais complexos, quando os professores requerem que se tenha mais informações. Assim, tem-se de procurar bastante bibliografia (o que nem sempre é necessariamente fácil) e saber organizar muito bem toda a informação que se obter; (5) em trabalhos de grupo, deve-se escolher, sempre que possível, pessoas com que trabalhemos bem, não pelo facto de serem ou não amigos. Isto porque se for para nos divertirmos temos muito tempo para isso, afastado de tudo o que tenha a ver com os deveres de estudante. Se der para juntar o útil ao agradável, ainda melhor. Como são trabalhos que dão bastante trabalho e preocupação a serem elaborados, nunca devem ser deixados para a última hora, especialmente porque eles têm sempre uns prazos próximos daqueles dos testes intermédios ou das frequências. Deve-se sim começar a fazê-los o mais cedo que podermos.
Exemplo de bibliografia:
1. CHÂTELET, Albert; GROSLIER, Bernard Philippe (1985): Histoire de L’Art. Librairie Larousse
2. CHILDE, Vere Gordon (1929): The Danube in Prehistory. Oxford University Press
3. STRAUS, Lawrence Guy; MORALES, Manuel González (2005): El Magdaleniense de la Cueva del Mirón (Ramales de la Victoria, Cantabria, España): observaciones preliminares. In Actas do IV Congresso de Arqueologia Peninsular, pp. 49-62
4. TRIGGER, Bruce Graham (1989): A History of Archaeological Thought. Cambridge University Press
Classificações
Uma vez que a escala de classificação é igual à do Ensino Secundário, tem-se três anos para nos habituarmos perfeitamente a ela. Assim sendo, a escala de notas utilizadas vai também dos 0 aos 20 valores. A média final é feita do mesmo modo como se faz para o Secundário, somam-se todas as notas e divide-se o valor obtido pelo número total de cadeiras feitas. E, embora seja a partir de uma média de 14 que se pode candidatar para o Mestrado, para quem pretende seguir a vertente de investigação na área do seu curso, ou noutra qualquer, deve tentar assegurar uma média de final de curso de 16 valores ou mais. E garantindo uma média deste género, aumentamos as nossas hipóteses de conseguir fazer o Mestrado, caso o desejemos, no estrangeiro. Para além de todos estes incentivos para termos boas notas, há umas faculdades com medidas bastante interessantes. Conheço uma rapariga que, tendo tido a média mais alta, do primeiro ano, na sua faculdade (Faculdade de Letras da Universidade do Porto) ou do seu curso – este pormenor já não me lembro muito bem – foi-lhe dado como “prémio” um valor monetário igual a um ano de propinas. Outro exemplo, é a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa . Segundo o que me foi dito, sendo este curso um curso bastante exigente, a quem passar a todas as cadeiras em que está inscrito por ano, é-lhe dado 0,6 valores para a sua média. Ao final dos quatros anos do curso, passando a todas as suas cadeiras, o tal aluno terá ganho 2,4 valores. Por um lado, acho que é um óptimo incentivo, mas por outro, penso que é injusto para todos os outros alunos que, mesmo esforçando-se bastante durante todo o curso, não recebem assim, de mão beijada, mais de 2 valores para a sua média final.
Neste tópico vou falar, também, um pouco da minha experiência. No Ensino Secundário , nas muitas vezes que os meus professores se punham a falar do Ensino Superior, um dos aspectos que destacavam é a dificuldade em obter boas notas (ou seja, notas acima dos 14/15 valores). E o próprio senso comum assim o dita também. E eu realmente sempre fiquei com esta impressão do Ensino Superior. Para além disto, no início do ano lectivo, alguns dos alunos de segundo ano que conheci, disseram que “com o professor X não passam do 15″. E, pelo que já sabia da experiência de familiares, isto é algo normal entre os professores universitários. Quer isto dizer que, embora a escala vá dos 0 aos 20 valores, para alguns professores esta escala poderá ser um tanto ou quanto mais curta, ficando-se por exemplo pelos 15 valores. Eu tinha professores assim já no Secundário, que nunca davam mais de 17 valores, mesmo que tivéssemos aproveitamento para isso. Na Universidade não duvido nada que isto possa acontecer. No entanto, por experiência própria, digo-vos que tudo isto é irrelevante, pois se nos empenharmos realmente nessa cadeira, conseguimos ultrapassar o suposto limite. Repararam naquilo que disse do professor X acima? Pois bem, das 6 avaliações que fiz com esse professor, em 5 delas tive igual ou superior a 15 valores. Por isso, não desanimem se vos disserem algo do género. E caso numa primeira avaliação tenham abaixo dos supostos limites, isso não quer dizer nada. Também me aconteceu isso, e depois na frequência tive uma nota bem mais alta.
Ainda sobre o facto de, supostamente, não se conseguir notas acima dos 15 valores. Se alguém vos disser isto, ela não podia estar mais longe da realidade. Conheço vários casos que tiraram, quer seja em testes intermédios, quer seja em frequências, notas entre os 17 e os 19 valores, inclusivé. Temos apenas é de trabalhar para lá chegarmos, uma vez que as boas notas não caem definitivamente do céu. Neste momento, ainda me faltam receber notas finais de uma cadeira e, fazer a minha cadeira do Semestre de Verão, pelo que ainda não consigo calcular a minha média de primeiro ano. Mas calculando com os resultados que já sei, posso-vos dizer que estou com 15,7 valores de média de 9 cadeiras feitas. Ainda tenho de esperar pela outra nota para ter um resultado fixo, mas se não se modificar muito, até estou bastante satisfeita com a minha média. Agora há que trabalhar mais para chegar, se possível, aos 16,5 valores no próximo ano. Impossível não será (espero eu), mas irá me dar muito trabalho, de certeza absoluta. Em relação às minhas notas nos testes e frequências, tive 15,3 valores como média, isto contando apenas com as 16 provas de avaliação de que já sei as notas. Não são notas assim tão extraordinárias, mas estou a mostrar-vos isto para perceberem que por mais que digam que não se conseguem grandes notas ou médias no Ensino Superior, se esforçarem para tal não vejo porque não terão óptimas notas.
Faltas
E este tópico é daqueles que mais “mitos” tem. A minha turma no Secundário sempre foi muito complicada e, por vezes, no meio das várias discussões que tínhamos em plena aula, vinha ao barulho o facto de haver ou não faltas na Universidade. Não sei se alguma vez falaram disto nas vossas aulas mas, honestamente, começo a duvidar que os meus professores percebessem alguma coisa do que diziam. Primeiro ponto que devem saber é que continuam a existir faltas no Ensino Superior, e as Universidades privadas (como a Universidade Católica Portuguesa) são muito rígidas a este respeito. Segundo ponto, a diferença do Ensino Superior para os Ensinos Básico e Secundário é que nem todos os professores dão muita importância à marcação de faltas. E aqui é que está aquilo que deveria ser dito aos estudantes do Secundário: na Universidade há faltas mas nem todos os professores as marcam. Os professores que marcam faltas, passam sempre uma folha (conhecida como folha de presenças) nas suas aulas, em que cada aluno assina com o seu nome e número de aluno. Em relação ao facto de se puder chumbar a uma cadeira por faltas, penso que isso não tem grande efeito na Universidade, porque tenho uns quantos casos na minha turma, de estudantes não trabalhadores, que faltam a imensas aulas mas que são avaliados, uma vez que pelo menos aparecem na altura das provas e das entregas de trabalhos. Para não nos virmos na situação de podermos chumbar por faltas, o melhor mesmo é ir às aulas, a não ser que se esteja muito doente ou algo do género.
Um aspecto que eu gosto bastante no Ensino Superior (e que acho que deveria ser transportado para o Ensino Secundário) é a não existência de faltas de atraso. Com o novo estatuto do aluno, no Secundário, se chegássemos atrasados a meia dúzia de aulas no total do ano, estávamos sobo risco de irmos a exames para não chumbarmos. Acho que do 10.o ao 12.o ano é inútil marcar-se este tipo de faltas, uma vez que nenhum professor alguma vez aceitaria uma justificação de uma falta de atraso pelo facto de o despertador nesse dia não ter tocado ou de não o termos ouvido. E para ajudar mais à festa, eu tinha professores que não davam tolerância quase nenhuma. Felizmente agora não tenho de me preocupar com nada disso, mas mesmo assim faço questão de estar, pelo menos, 15 minutos antes de cada aula já na faculdade.Os professores deixam, geralmente, as portas das salas ou anfiteatros abertas, mas mesmo quando as fecham podemos sempre entrar. Embora, durante os primeiros 20 minutos hajam sempre pessoas a entrar, porque chegaram atrasadas, a aula continua e as pessoas fazem o favor de não fazer barulho para não incomodar. Agora se no Secundário fizessem isto é que era. Mas não. Nestas alturas os professores têm de interromper a aula para dar um sermão de meia hora, protestando que ao chegarmos tarde estamos a perturbar o decorrer da aula, quando na realidade eles é que a estão a interromper, porque a pessoa que chegou atrasada até tinha entrado bastante silenciosamente. Agora é claro que tudo isto muda quando as pessoas em questão chegam constantemente atrasadas. Chega-se a um ponto que até já é falta de educação para com os colegas e os professores. Tenho um caso deste no meu curso, em que uma pessoa chega no mínimo 30 minutos depois da aula começar. Para quem realmente se dá ao trabalho de prestar atenção a toda a aula, convém sempre chegar a horas, pois se a aula começa à hora X, é a essa mesma hora que começa.
De qualquer modo, na Universidade já nos tratam como pessoas adultas, não como crianças que precisam se ser vigiadas a todo o momento. E acho muito bem que não haja marcação de faltas de atraso, uma vez que é apenas (e inteiramente) problema nosso se não ouvirmos toda a aula porque chegamos tarde. Estar na escola ou na universidade não implica só aprender-se novas equações matemáticas ou como funciona o nosso cérebro ou como era a política europeia no século XX, implica também tornarmos-nos mais independentes e autónomos, conseguido pelos nossos próprios meios chegar a algum lado.
Actividades extra-curriculares
Tuna
Isto é algo de que não estou bem dentro do assunto, mas mesmo assim ainda posso dizer algumas coisas. Um aspecto que muitas pessoas podem não saber é que as tunas têm as suas próprias praxes. Mas, pelos vistos, ao contrario das praxes ditas normais, estas parecem ser bem melhores e servirem mesmo para acolher os novos elementos. Penso que no geral é cada faculdade ter as suas tunas, sendo que há uma feminina e uma masculina. Em relação às outras faculdades e às outras universidades não sei, mas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa existe uma tuba mista, que foi criada apenas no início do segundo semestre deste ano lectivo (2011/2012). Existem audições para cada uma das tunas, cujas datas estão normalmente afixadas nos corredores das respectivas faculdades. Dentro de uma tuna tem-se os seguintes elementos: (1) os cantores(as) principais; (2) o coro; (3) os membros que tocam determinados instrumentos. Pelo que me foi dito, mesmo que não se saiba tocar muito bem um determinado instrumentos, os restantes membros da tuna ensinam essa pessoas a tocar o tal instrumento. Poderá haver mais a dizer sobre este tópico, mas infelizmente isto é tudo o que me lembro sobre as tunas.
Voluntariado
Uma das facetas do Ensino Superior que, infelizmente, não muitas pessoas conhecem, é o facto de existirem vários projectos de voluntariado nas Universidades. Aspecto este que não só se vê no estrangeiro, como também em Portugal. Um dos últimos eventos que houve foi ser voluntário na Banco Alimentar contra a Fome, aquando da última recolha de alimentos a nível nacional.Segundo o que disse uma das minhas professoras, se formos voluntários isso irá aparecer discriminado no nosso diploma de licenciatura, sendo que é um aspecto óptimo para se ter no nosso curriculum vitae. Para vos ser sincera, neste momento não me lembro de mais nenhum projecto ou evento, mas garanto-vos que eles existem.
Para além deste tipo de voluntariado que é do nosso conhecimento (já que ouvimos falar dele frequentemente), nas universidades existe um outro género de voluntariado. É algo mais especifico e particular, ligado apenas a cada curso. Neste caso, não penso que sejamos referenciados como voluntários no nosso diploma, mas de certo que ganhamos muitos mais conhecimentos na nossa área de especialização. Posso-voa dizer que este trabalho pode abrir muitas portas que de outra maneira não se abririam. E eu que o diga. Deste meados do primeiro semestre que tenho feiro alguns trabalhos de voluntariado no centro de Arqueologia (o meu curso) da minha faculdade. Não só tive a oportunidade de conhecer outros alunos (nomeadamente dos segundo e terceiro anos), como aprender novas coisas que nas aulas dificilmente seria possível, visto que o meu curso envolve uma parte pratica muito importante. Para além disso, estes trabalhos de voluntariado permitiram-me que conseguisse assegurar que tinha local para a espécie de “estágio” que vou fazer agora no Verão, que esteve em risco de acontecer para 95% da minha turma.
Tem-se depois a possibilidade de sermos voluntários em congressos a realizar na nossa faculdade, relacionados com o nosso curso. É certo que temos de ajudar e que ajudar na organização de um congresso dá trabalho, mas pelo lado positivo, podemos assistir a todas as suas apresentações sem pagarmos nada – o que óptimo porque eles custam, no mínimo, uns 50€. Para além disto, por exemplo, eu estive como voluntária na Futurália (de que vos falei no post anterior sobre o Ensino Superior). Foi uma óptima oportunidade para ficar a conhecer novas pessoas e novos aspectos sobre o meu curso, bem como ficar a conhecer outros professores do meu curso.
Embora não esteja bem dentro deste assunto, achei que devia referir o seguinte aspecto. Para além das bolsas de estudo, que cobram a totalidade das propinas, existe outro meio para se ter uma ajuda extra para as pagar. E esse meio é trabalhar. Neste caso não estou a falar de se arranjar um part-time numa loja ou café, mas sim de se trabalhar umas horas por semana bá biblioteca ou na reprografia da vossa faculdade. Pelo que sei, não são muitas horas e é como que vos pago uma parte da totalidade das propinas.
Tempo livre na Universidade
Sobre este tópico deve-se logo reter que se formos bem organizados teremos sempre tempo para fazer aquilo que mais gostamos, e que nada tem a ver com a vida académica. Por isso é que é importante fazer-se um pouco todos os dias, não deixando acumular-se tudo para as últimas semanas, antes das provas e das entregas de trabalhos. Eu não sou propriamente de sair à noite todas a sextas ou sábados, prefiro mais uns jantares ou idas ao cinema. Mas de qualquer das formas, tenho consigo fazer isto em pleno ano lectivo. Sobre isto não posso dizer muito mais porque também não saio assim tanto à noite. Para quem tem outras actividades, também não vejo porque não irá conseguir ter tempo para tudo. Basicamente, o que é importante referir aqui é que devemos organizar muito bem o nosso tempo, para que haja espaço para tudo.
Almoço – cantina
Por aquilo que sei, todas as Universidades têm, pelo menos, uma cantina. Realmente pensei que a da minha Universidade não fosse ser grande coisa, tal como eram aquelas nas minhas escolas anteriores, mas, pelo contrário, é bastante boa. Para quem tem pouco tempo de almoço ou vive longe da Universidade, almoçar na cantina é uma boa escolha. Tomando como exemplo os bares da Faculdade de Letras e a cantina (velha) da Universidade de Lisboa… As senhas custam 2, 40€ e garantem o seguinte: sopa, prato, sobremesa, bebida (agua ou sumo de laranja) e pão. Por 2, 60€, nos bares, apenas compramos uma simples sandes. Esta senha é válida para o refeitório de comida dita normal e para o refeitório de comida macrobiótica. Neste último refeitório só lá comi uma vez – lasanha de soja – que estava bastante bom. Para além disto, na cantina, ainda existe outro refeitório, cuja principal refeição é um bife (Peru ou vaca) com arroz ou batatas fritas, com ovo estrelado (às vezes) e salada (alface, tomate e cenoura). A sua senha custa 3, 20€ (se não me engano), e é apenas para o prato. As bebidas e sobremesas são pagas à parte. Neste refeitório, há um prato do dia (nem sempre diferente do outro) que custa 3€. Este preço é também só para o prato. O resto  paga-se à parte. Como não se paga a água, o que a maior parte dos alunos faz é beber água ao invés de qualquer outro topo de bebida. Para quem prefere trazer comida de casa, também a pose comer nas mesas da cantina, onde há microondas para aquecer a comida, caso seja necessário. Ao pé da AE da minha faculdade também há um microondas que pode ser usado por qualquer aluno.
Área com mais saída e área com menos saída
Em relação a este assunto, prefiro dar-vos primeiro a minha opinião acerca dele e, só depois, mostrar-vos alguns dados estatísticos. O primeiro aspecto que se dever ter em mente é que, nas presentes circunstancias sócio-económicas, nenhum curso nos garante nem a 50%, quanto mais a 100%, empregabilidade. Todas a áreas estão afectadas por esta conjuntura, e o desemprego é uma realidade que de certo irá bater à porta de muitos. Não estou a ser pessimista nem a querer desmotivar-vos, quero apenas alertar-vos para a realidade, já que o pior que se pode ser é ignorante. Por mais que digam o contrario, não há cá engenharias ou medicinas que nos safem. E são os próprios professores universitários que admitem isto. Há depois, também que se entender as próprias estatísticas. Em primeiro lugar, os últimos dados que se há têm cerca de uma década, logo, o que se verificava no início do século de certo que já não é o mesmo que se verifica agora. Em segundo, cada curso é como cada qual, ou seja, cada um tem os seus tipos específicos de empregos e, dependendo da conjuntura sócio-económica, uns podem ser mais favorecidos do que outros. Em terceiro lugar, um curso pode ter bastante empregabilidade em algo que não é do nosso total interesse. Por exemplo, o curso de História, imaginando, poderá ter bastante saída para se trabalhar em museus, mas se isso não for do nosso interesse para o nosso futuro, do que é que nos vale saber que o curso tem uma grande saída? Por último, a meu ver, deve-se escolher um curso porque é essa a área que nos gostamos e à qual queremos dedicar os nossos próximos anos (até à reforma, se for caso disso), não porque é, supostamente, o curso com mais saída. Tendo como exemplo o meu caso. O curso que eu escolhi é daqueles que imediatamente alguém diria logo que sou maluca por o estar a fazer; até tive professores no Secundário que me disseram para o não fazer de todo. Mas o que é que eu fiz? Exactamente o contrário. Estou a acabar o primeiro ano e não podia estar mais feliz com a minha escolha de fazer este curso, visto que cada vez mais estou apaixonada por ele. Sinceramente, prefiro não receber toneladas de dinheiro e fazer aquilo que realmente gosto, do que passar o resto da minha vida a lamentar-me que não gosto do trabalho que arranjei e que desperdicei X anos a tirar um curso que nem se quer gostava. Mas o certo é que cada um sabe de si.
Em relação à estatística, estes foram os dados que descobri, de pouquíssimas fontes credíveis que encontrei sobre este assunto. De acordo com uma notícia do Jornal Económico (que podem ver aqui), os cursos que têm mais saídas são aquelas nas áreas das ciências e das matemáticas; sendo que aqueles que têm menos são os cursos na área de Humanidades: “as áreas com mais procura no mercado de trabalho são as engenharias (informática, civil e mecânica), gestão e saúde (com principal domínio para a medicina)”. As restantes notícias que li dizem basicamente o mesmo.
Cursos com médias mais altas
Neste ano lectivo (2011/2012) estes foram os cinco cursos com as médias mais altas:
1. Faculdade de Medicina do Porto – 18,63
2. Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (Medicina) – 18,55
3. Universidade do Minho (Medicina) – 18,45
4. Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra – 18,35
5. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (Bioengenharia) – 18,28
Informação retirada daqui. Como podem ver, os cursos com maiores médias são os de Medicina e os de Engenharia, sendo que neste caso, apenas é destacado o de Bioengenharia. Em termos de Universidades, são as do Norte que têm as médias mais altas.
Como o próximo (e último post) sobre o Ensino Superior vai-se focar, por um lado, em opiniões de alguns estudantes sobre os seus cursos, gostava de saber se estavam interessadas(os) em algum em especial. Não prometo que consiga arranjar alguma coisa, mas posso sempre tentar. Algumas opiniões já me foram pedidas sobre os seguintes cursos: Psicologia, Farmácia e Comunicação Social e Cultural. Estou a ver se consigo arranjar mais algumas, mas não prometo nada.
Espero que o post vos tenha sido útil e, caso tenham alguma questão não deixem de as colocar. Como poderão ter percebido, vou estar bastante ausente nas próximas semanas, pelo que os posts serão todos agendados previamente. Infelizmente não tive oportunidade de preparar nada para esta semana, mas vou tentar o meu melhor para ter post para as próximas semanas deste mês.

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